terça-feira, 17 de dezembro de 2013

IGREJAS QUE ABUSAM

Igrejas que abusam é a tradução em português do título do livro de Ronald M. Enroth, sociólogo da religião, escrito após longas horas ouvindo testemunhos de pessoas saídas da seita religiosa americana Jesus People USA. Alguns conhecem o texto que transcreverei abaixo, e outros ainda não, cujo epígrafe é AS 7 REGRAS DO ABUSO ESPIRITUAL. À medida que procedermos à leitura, veremos como a Igreja Cristã Maranata age de modo idêntico. 
Vamos lá.
AS SETE REGRAS DO ABUSO ESPIRITUAL
1) Scripture Twisting (Distorção da Escritura): para defender os abusos usam de doutrinas do tipo "cobertura espiritual", distorcem o sentido bíblico da autoridade e submissão, etc. Encontram justificativas para qualquer coisa. Estes grupos geralmente são fundamentalistas e superficiais em seu conhecimento bíblico. O que o líder ensina é aceito sem muito questionamento e nem é verificado nas Escrituras se as coisas são mesmo assim, ao contrário do bom exemplo dos bereianos que examinavam tudo o que Paulo lhes dizia.
Comentário: Esta prática é bastante comum em denominações controladas por uma ou mais famílias. O nepotismo religioso, digamos, confere aos seus integrantes status, especialmente se dentre eles encontrarem-se pastores, diáconos, ungidos (?), etc. É daí que advém a autoridade do líder, chamando-a para si, tirando-a das Escrituras Sagradas. Na Maranata, a justificativa da "cobertura espiritual" tem outro nome, mas é a mesma coisa no final das contas: "revelação", o famoso e vazio o Senhor revelou.
Estes grupos geralmente são fundamentalistas e superficiais em seu conhecimento bíblico. 
São porque aprendem do líder, que também não tem intimidade com a Palavra de Deus. Gedelti inventou a revelação além da letra, isto é, espiritualizou versículos bíblicos. A alegorização cabalística, na mente do simples, corrobora o fundamentalismo, torna a membresia indolente na leitura diária da Palavra, pois assim como Moisés se fazia intermediador entre Deus e o povo de Israel, retransmitindo tudo que o Pai falava, assim é Gedelti diante da congregação. Então qual a necessidade de Bíblia?

2) Autocratic Leadership (liderança autocrática): discordar do líder é discordar de Deus. É pregado que devemos obedecer ao discipulador, mesmo que este esteja errado. Um dos "homens de Deus" de uma igreja diz que se jogaria na frente de um trem caso o "Líder" ordenasse,  pois Deus faria um milagre para salvá-lo ou a hora dele tinha chegado. A hierarquia é em forma de pirâmide (às vezes citam o salmo 133 como base), e geralmente bastante rígida. Em muitos casos não é permitido chamar alguém com cargo importante pelo nome, (seria uma desonra) mas sim pelo cargo que ocupa, como por exemplo "pastor Fulano", "bispo X", "apostolo Y", etc. Alguns afirmam crer em "teocracia" e se inspiram nos líderes do Antigo Testamento. Dizem que democracia é do demônio, até no nome.
Comentário: Discordar do líder é discordar de Deus. Na ICM equivale a discordar das orientações advindas do Presbitério (leia-se Gedelti Gueiros, o dono da seita). Ninguém é doido, não é?
3) Isolationism (Isolacionismo): o grupo possui um sentimento de superioridade. Acredita que possui a melhor revelação de Deus, a melhor visão, a melhor estratégia. Eu percebi que a relação com outros ministérios se da com o objetivo de divulgar a marca (nome da denominação), para levar avivamento para os outros ou para arranjar publico para eventos. O relacionamento com outros ministérios é desencorajado quando não proibido. Em alguns grupos no louvor são tocadas apenas músicas do próprio ministério.
Comentário: ICM. Assista aos "vídeos aula" do Gedelti, você vai compreender perfeitamente este item.

 4) Spiritual Elitism (Elitismo espiritual): é passada a ideia de que quanto maior o nível que uma pessoa se encontra na hierarquia da denominação, mais esta pessoa é espiritual, tem maior intimidade com Deus, conhece mais a Bíblia, e até que possui mais poder espiritual (unção). Isso leva à busca por cargos. Quem esta em maior nível pode mandar nos que estão abaixo. Em algumas igrejas o número de discipulos ou de células é indicativo de espiritualidade. Em algumas igrejas existem camisetas para diferenciar aqueles que são discípulos do pastor. Quanto maior o serviço demonstrado à denominação, ou quanto maior a bajulação, mais rápida é a subida na hierarquia.
Comentário: É passada a ideia de que quanto maior o nível que uma pessoa se encontra na hierarquia da denominação, mais esta pessoa é espiritual, tem maior intimidade com Deus, conhece mais a Biblia, e até que possui mais poder espiritual (unção). Ideia falsa. Na Maranata, a aparência é tudo no marketing dela. Maior busca por cargos: puxa-saquismo dos meias solas cheiradores do fundilho do líder maior da ICM. A membresia não enxerga, porque foi feita para ser apenas massa de manobra. E os que almejam cargos só desejam status. Simples assim.

5) Regimentation of Life (controle da vida): quando os líderes, especialmente em grupos com discipulado, se metem em áreas particulares da vida das pessoas. Controlam com quem podem namorar, se podem ou não ir para a praia, se devem ou não se mudar, roupas que podem vestir, etc. É controlada inclusive a presença nos cultos. Faltar em algum evento pro motivos profissionais ou familiares é um pecado grave. Um pastor, discípulo direto do líder de uma denominação, chegou a oferecer atestados médicos falsos para que as pessoas pudessem participar de um evento, e meu amigo perdeu o emprego por discordar dessa imoralidade.
Comentário: Retrato fiel da obra filho/a único/a. Lembro-me de uma ocasião em que eu participava do culto profético (meu Deus!), o meia sola cria do Gedelti, na época do Orkut, bradou com o seu jeitinho "educado" de ser: "Nós sabemos tudo o que vocês fazem na internet, e quem tem conta em Orkut. Por isso acho melhor que quem tiver, exclua." Bom, não preciso dizer que e eu e os demais presentes morremos de medo. Hoje sabemos que pastores meias solas tinham contas fakes no Orkut, e também os têm no Facebook, para controlar não somente as ovelhas, mas também monitorar as denúncias em blogs e perfis de retirantes. Quando os líderes, especialmente em grupos com discipulado, se metem em áreas particulares da vida das pessoas. Controlam com quem podem namorar, se podem ou não ir para a praia, se devem ou não se mudar, roupas que podem vestir, etc. É controlada inclusive a presença nos cultos. Faltar em algum evento pro motivos profissionais ou familiares é um pecado grave. Há um número incontável de relatos sobre a fiscalização exercida pelos pastores na vida dos irmãos. Profetadas, revelagens, "dãos", expedientes desonestos que causam muito sofrimento e trauma. Brincam de deus, dizendo o que os servos devem ou não fazer, com quem namoram ou não. Interferem até na vida profissional. Com relação à frequência nos cultos, elas são diárias. Desse modo, o controle passa a ser bem maior

6) Disallowance of Dissent (rejeição de discordâncias): não existe espaço para o debate teológico. A interpretação seguida é a dos lideres. É praticamente a doutrina da infalibilidade papal. Qualquer critica é sinônimo de rebeldia, insubmissão, etc. Este é considerado um dos pecados mais graves. Outros pecados morais não recebem tal tratamento. Eu mesmo precisei ouvir xingamentos por mais de duas horas por discordar de posicionamentos políticos da denominação na qual congregava. Quem pensa diferente é convidado a se retirar. As denominações publicam as posições oficiais, que são consideradas, obviamente, as mais fiéis ao original. Os dogmas são sagrados.
          Comentário: Necessito dizer mais alguma coisa?

7) Traumatic Departure (saída traumática): quem se desliga de um grupo destes geralmente sofre com acusações de rebeldia, de falta de visão, egoísmo, preguiça, comodismo, etc. Os que permanecem no grupo são instruídos a evitar influências dos rebeldes, que são desmoralizados. Os desligamentos são tratados como uma limpeza que Deus fez, para provar quem é fiel ao sistema. Não compreendem como alguém pode decidir se desligar de algo que consideram ser visão de Deus. Assim, se desligar de um grupo destes é equivalente a se rebelar contra o chamado de Deus. Muitas vezes relacionamentos são cortados e até familias são prejudicadas apenas pelo fato de alguém não querer mais fazer parte do mesmo grupo ditatorial.
Comentário:Quem se desliga de um grupo destes geralmente sofre com acusações de rebeldia, de falta de visão, egoísmo, preguiça, comodismo, etc. Os que permanecem no grupo são instruídos a evitar influências dos rebeldes, que são desmoralizados. Os desligamentos são tratados como uma limpeza que Deus fez, para provar quem é fiel ao sistema.  Na ICM quem saí é taxado de retirante, caído, bode, não entendeu obra, filho de Belial, etc. Gedelti lança maldições sobre os servos que abrem os olhos acerca dessa arapuca chamada Igreja Cristã Maranata, fábrica de processos judiciais contra todos aqueles que exigem transparência da cúpula diante dos escândalos que vêm se arrastando desde 2011. Aos ficantes é orientado a não falar com os que saem, mesmo sendo um familiar.


Obs.: O livro Churches That Abuse pode ser encontrado apenas em inglês no seguinte endereço: http://www.ccel.us/churches.toc.html






Extraído de http://verbocomvida.blogspot.com.br/2009/09/as-7-regras-do-abuso-espitual.html