Em outra postagem abordei brevemente alguns aspectos da Renovação Carismática, cujo objetivo primordial, novamente, é
o ECUMENISMO, a fim de atingir
os protestantes, sobretudo os pentecostais, por duas razões básicas. A primeira é que os evangélicos da linha pentecostal mostraram-se os mais arredios à promoção do ecumenismo proposto pelo Concílio Vaticano II (1963-65). A segunda razão, e a mais importante, diz respeito ao crescimento gradual dos pentecostais no Brasil, o que preocupou sobremaneira a cúpula católica, devido à saída sistemática dos seus fiéis. Portanto, seu escopo é segurar o católico dentro da Igreja e fomentar suas práticas e crendices. A RCC não se interessa em levá-lo a uma vida nova em Jesus, apenas torná-lo um católico praticante.
Eis alguns pontos os quais ferem as Escrituras e induzem ao erro:
1. A Bíblia não é a Autoridade Final no Movimento Carismático.
Segundo a ICAR, há "três fontes de revelação divina": a Bíblia, a Tradição Apostólica e o Magistério da Igreja. Veja o que um padre católico escreveu:
"Sabemos que somente existem três vias de revelação divina: a
Sagrada Escritura, a Tradição Apostólica e o Magistério da Igreja. A Sagrada Escritura é a via
primeira, a base de tudo, mas necessita de uma autoridade sobre ela, e esta autoridade é a
autoridade legítima da Igreja. Assim Deus o quis. (...) A Tradição
Apostólica é justamente o ensino dos Apóstolos que nos foi transmitido pelos padres (pais) que conviveram com eles (os padres apostólicos), ou por aqueles que conviveram com esses últimos. (...) Tendo a Santa Igreja a autoridade plena, suprema e absoluta dada por Nosso Senhor: 'O que ligares
na terra...', coube-lhe o ensino, de forma que baseada na Sagrada
Escritura e no ensino apostólico ela, através de seu Sagrado Magistério, é a Mãe e Mestra da
Verdade." [ênfases nossas]
Todo genuíno cristão sabe que a nossa maior e suficiente autoridade teologicamente falando são as Escrituras Sagradas. Não existe nada que indique peremptoriamente o contrário, e nem necessita de testemunho da Igreja ou de livros auxiliares como sua extensão. É regra de fé e prática. Através delas, o Espírito Santo nos apresenta Cristo como Salvador e Filho do Deus vivo. A Igreja não possui proeminência sobre a Palavra de Deus e sim o contrário.
De acordo com a doutrina reformada da autoridade das Escrituras, as mesmas são a "fonte
infalível de informação que estabelece definitivamente qualquer assunto nelas tratado: a
única regra infalível de fé e de prática, o supremo tribunal de recursos ao qual a Igreja pode apelar para a resolução de
qualquer controvérsia religiosa."
Durante a Idade Média, o acesso à Bíblia foi inteiramente negado ao povo. Dessa forma, a Igreja Católica tomou para si a autoridade sobre a Palavra, de modo que não as Escrituras e sim seus preceitos fantasiosos, que mergulharam a maioria dos europeus (e América Latina) nas águas do misticismo, é que "ditaram as regras" enquanto perdurou seu poder na Idade Média.
A Carta aos Hebreus nos diz:
"Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas,
nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.
(Hb.1.1,2)
E quem é o Filho? O Filho, Jesus Cristo, é a Palavra.
" No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez." (Jo.1.1-3)
Aqui abro um pequeno parêntese:
na Língua Portuguesa, a função do verbo é, em última análise, dar sentido à sentença, tornando-a perfeitamente compreendida. É em torno dele que as orações e períodos ganham significado, conferindo-lhes riqueza de expressão, sendo assim o elemento de importância crucial no nosso idioma.
Resumindo o pensamento acima, ficaria mais ou menos assim:
JESUS=>VERBO=>PALAVRA=>ESCRITURAS=>AUTORIDADE=>IGREJA
Portanto, as Escrituras têm sim autoridade sobre a Igreja, pois que esta é o Corpo de Cristo, e é através delas que o Salvador fala ao Seu povo de maneira direta, precisa e divina. São a mensagem original de Deus, e o único testemunho infalível da Sua graça remidora.
2. O Movimento Carismático enfatiza o Espírito Santo enquanto a Bíblia diz que o mesmo glorifica Jesus.
Erro grosseiro facilmente refutado.
" Ele [o Espírito Santo] me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo há de anunciar." (Jo.16.14)
O Espírito Santo veio para:declarar a verdade sobre
Cristo (Jo16.13-14); conceder aos cristãos poder para testemunhar (At.1.8); derramar o amor de Deus
(Rm 5.5); interceder (Rm 8,26); dar a inspiração para que as Escrituras Sagradas fossem escritas (2Tm 3.16; 2Pe 1.21); distribuir dons para o ministério (1Co 12.4-11); dar aos cristãos
características para viverem
piedosamente (Gl 5.22-23); fortalecer os cristãos posteriormente (Ef 3.16).
"Parte do seu ministério é selar os
cristãos no momento em que passam a ter fé salvadora em Jesus Cristo. O termo 'selar' inclui quatro verdades. Ele é provisão de segurança, sinal de propriedade, certificado de autenticidade e sinal de aprovação (Ef 4.30). De fato, a presença do Espírito Santo na vida cristã é a evidência suprema, tanto para o cristão como para outros, da verdade daquilo em que passou a crer. Além disso,
ele é a prestação inicial e oferece tanto antecipação da herança espiritual do cristão como reivindicação legal para o total da herança no futuro."
3. Maria é medianeira entre Deus e os homens, através dela podemos ter acesso ao Pai e ao Filho .
Maria não é a medianeira, ou mediadora, entre o Eterno, o Filho e os homens. Foi sim uma serva de Deus, escolhida para ser a progênitora do Salvador, a bem-aventurada, a fim de se cumprir a profecia de Isaías 7.14:
“Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.”
O Evangelho de Mateus relata o nascimento de Cristo, evento o qual confirma a palavra dada ao profeta veto-testamentário:
" Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo."
(Mateus 1.18)
O cântico da mãe de nosso Salvador é um exemplo clássico do papel dela no plano do Eterno. Seu alcance profético é simplesmente maravilhoso (leia Lucas 1.46-55).
A humildade dela também se evidencia nas bodas de Caná.
"Ao terceiro dia depois disto houve um casamento em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus; e foi também Jesus convidado ao casamento com seus discípulos. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles não têm mais vinho. Respondeu-lhe Jesus: Que tenho eu contigo,
mulher? ainda não é chegada a minha hora. Disse sua mãe aos
serventes: Fazei o que ele vos mandar." Jo.2.1-5
A ICAR deliberadamente atribui à Maria aquilo que cabe apenas ao seu Filho, a saber, a intermediação entre Deus e a humanidade efetivada no seu sacrifício. Como está escrito: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual se deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo." (I Tm. 2.5,6)
Veja: não se procura aqui desmerecer ou diminuir Maria (até porque seu nome está registrado na História e na Bíblia), mas sim desfazer [ou ao menos tentar] o equívoco intencional criado pela ICAR .
Portanto, a esfera de ação da mãe de Jesus, que fique claro, circunscreveu-se a dar a luz ao Reconciliador de todo o homem com o Pai, criá-lo e educá-lo no intuito de, no tempo certo, vir proclamar as boas novas da salvação, trazendo-nos de volta à presença do Eterno.
4.A Renovação Carismática diz receber o batismo no Espírito Santo, afirmam que falam línguas estranhas, que são pentecostais.
Não existe batismo no Espírito Santo dentro da ICAR, menos ainda na Renovação Carismática, pelo simples fato de que os católicos não crêem em Jesus como o verdadeiro, único e suficiente Salvador, posto que é ele quem batiza.
"E João testemunhou dizendo: Vi o Espírito [Santo] descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o conhecia; aquele [o Pai], porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele [Cristo] sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo." (Jo. 1.32,33)
E para ser batizado, é necessário crer no Salvador.
"Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem." (Jo. 38,39)
(continua)
Fonte:
http://www.baptistlink.com/creationists/confuca.htm
http://www.padremarcelotenorio.com/2011/07/rcc-origem-e-catolicidade-i.html?m=1
http://www.solascriptura-tt.org/Bibliologia-InspiracApologetCriacionis/AutoridadeSupremaEscrituras-PAnglada.htm
http://www.portugues.com.br/gramatica/verbos.html
http://estudos.gospelmais.com.br/o-espirito-santo-glorificando-a-jesus-cristo.html